domingo, 28 de junho de 2009

Uma vida interessante

"E se eu lhe disser que estou com medo de ser feliz pra sempre?" pergunta ao seu analista a personagem Mercedes, da peça DIVÃ, que estréia hoje em Porto Alegre.
É uma pergunta que vem ao encontro do que se debateu dias atrás num programa de tevê. O psicanalista Contardo Calligaris comentou que ser feliz não é tão importante, que mais vale uma vida interessante. Como algumas pessoas demonstraram certo desconforto com essa citação, acho que vale um mergulhinho no assunto.
"Ser Feliz", no contexto em que foi exposto, significa o cumprimento das metas tradicionais: ter um bom emprego, ganhar algum dinheiro, ser casado e ter filhos. Isso traz felicidade? Claro que traz. Saber que "chegamos lá" sempre é uma fonta de tranquilidade e segurança. Conseguimos nos enquadrar, como era esperado. A vida tal qual manda o figurino. Um deliciodo feijão- com-arroz.
E o que se faz com nossas outras ambições?
Não por acaso a biografia de Danuza Leão estourou. Ali estava a história de uma mulher que não correu atrás de uma vida feliz, mas de uma vida intensa, com todos os preços a pagar por ela. A maioria das pessoas lê esse tipo de relato como se fosse ficção. Era uma vez uma mulher charmosa que foi modelo internacional, casou com jornalistas respeitados, era amiga de intelectuais, vivia na noite carioca e, por tudo isso, deu a sorte de viver uma vida interessante. Deu sorte? Alguma, mas nada teria acontecido se ela não tivesse tido peito. E ela sempre teve. Ao menos, metamorficamente.
Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras de amor, compram passagens só de ida. 12 jun Ju
Para os rotuladores de plantão, um bando de inconsequentes. Ou artistas, o que dá no mesmo.
Ter uma vida interessante não é prerrogativa de uma classe. É acessível a médicos, donas de casa, operadores de telemarketing, professores, fiscais da Receita, acessoristas. Gente que assimilou bem as regras do jogo (trabalhar, casar, ter filhos, morrer e ir pro céu), mas que, a exemplo de Groucho Marx, desconfia dos clubes que lhe aceitam como sócia. Qual é a relevância do que nos é perguntado numa ficha de inscrição, num cadastro para avaliar quem somos? Nome, endereço, estado civil, RG, CPF. Aprovado. Bem-vindo ao mundo feliz.
Uma vida interessante é menos burocrática, mas exige muito mais.

(Uma vida interessante - 22 de março de 2006 - Martha Medeiros)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Feliz Dia dos Namorados !!




Mais uma dose de Martha Medeiros

O BRASIL NOITE

Acordo cedo e durmo cedo, a madrugada não é o meu lugar, preciso de luz natural, não fotografo bem com flashes, não quero que me revelem, me escondo na claridade, onde todos se parecem.

Diurna, mas nem tão entusiasmada que goste do som de Elba Ramalho, Ivete Sangalo (essa eu gosto), Daniela Mercury. É onde minha brasileirice destoa, não sou de pular e jogar os braços pra cima, entrar no clima de qualquer festa, subir em trem elétrico. Até gosto de verde, mas amarelo, detesto.

Fico meio avexada quando leio sobre a nova daslu, sobre os novos namorados de celebridades geradas do nada, entediada com fotos de debutantes, geração Xerox, todas exatamente iguais, nem os pais as reconhecem, onde você aparece, minha filha? Ninguém aparece, todos se repetem.

O Brasil colorido, suado, tropical, cartão-postal é o país onde nasci, mas me desenvolvi no avesso, invisível para quem está de fora. Da porta pra dentro ouço solos de guitarra e não preciso me vestir tão bem. De dia, meu país de fato brilham mas onde eu me reconheço é no silêncio, na rua estreita, no aconchego da minha intimidade, onde dou de comer aos meus sentimentos.

Difícil ser brasileira sem fazer barulho, sem ter pernas para mostrar, sendo agridoce e não salgada do mar.

Mas sou brasileira, e esta crônica nada mais é do que um reconhecimento de nacionalidade após ouvir o mais recente disco do Lobão, Canções dentro da noite escura, em que cada canção é pesada e ao mesmo tempo suave, parecem britânicas, porém brazucas, saídas de uma página arrancada da nossa história, a parte em que somos soturnos, carentes, suicidas, apaixonadas, inquietos, dramáticos – mas não melodramáticos.

A alegria é uma conquista, é até mais importante do que a felicidade, mas alegria não é aeróbica, não é refrão, não é pegadinha, não é pegação. Alegria é amar. E enfrentar a dor sem perder a poesia. Alegria é caminhar, não correr. Dar umas paradas a fim de ganhar tempo. Viver sem culpa. Ter um pouco de noite no seu dia. E muito dia no seu sono.

O disco será considerado bom para alguns, e ruim para outros. E assim todos os discos, livros, filmes: eles capturam o freguês ou o deixam escapar. Fui de certa forma capturada, ganhei um greencard para continuar no meu país sem precisar aderir ao ziriguidum e às festas no apê, um Green-and-yellow card que me fez lembrar que há vida intensa na sombra também.

O AMOR NÃO SE BASTA!

Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no
ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga. Tudo o que todos querem
é amar. Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras.
Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata. Que nos faça
revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado.


Tem algum médico aí? Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que?
O amor. Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar.
O que sobra é o amor que todos conhecemos o sentimento que temos por mãe,
pai, irmão, filho. É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo.
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de
saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.



O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares,
ao cônjuge ou a Deus. A diferença é que, como entre marido e mulher não
há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver
nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos
fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação
que poderia ser eterna. Casaram. Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo,
mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que
declarações românticas.
ntre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais
do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.

É preciso que haja, antes de mais nada, respeito. Agressões zero. Disposição
para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência. Amor, só, não basta. Não
pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura para
acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver bom
humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades. Tem
que saber levar. Amar, só, é pouco.


Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar
tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas prá
pagar. Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar. Entre casais
que se unem visando a longevidade do matrimônio tem que haver um pouco
de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo prá cada um. Tem
que haver confiança. Uma certa camaradagem as vezes fingir que não viu,
fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não
significa, necessariamente, fusão.


E que amar, "solamente", não basta. Entre homens e mulheres que acham
que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade.
Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que
sozinho não dá conta do recado. O amor é grande mas não é dois. É preciso
convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o
ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se
basta .

"FIZERAM A GENTE ACREDITAR "- Martha Medeiros

Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma
vez, geralmente antes dos 30 anos.
Não contaram pra nós que amor não é acionado nem chega com hora marcada.
Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e
que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.
Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece
carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a
gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só
mais agradável.
Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um, duas pessoas
pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava. Não nos
contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.
Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora
de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e
magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que
transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho
para um pé torto.
Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto.
Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas.
Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo prá gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado
por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém."

CARTA EXTRAVIADA - MARTHA MEDEIROS

Não sei por onde começar esta carta que já nasce atrasada,
pensamos sempre que temos muito a dizer mas as palavras são pouco amistosas, onde encontrá-las agora, às três e dez de uma madrugada em que me encontro insone e pensando mais uma vez em você?
Você esperou por estas palavras por muitos meses, na esperança de que elas aliviariam a dor do seu coração, mas elas não vieram porque estavam ocupadas vigiando meus impulsos, me impedindo de me abrir, e minha própria dor lhe pareceu desatenção, eu que não durmo de tanta paixão congestionada, de tanto desejo represado, de tão só que estou.
Meus motivos sempre lhe pareceram egoístas, e se eu lhe disser que o descaso aparente foi na verdade uma atitude consciente para preservar você, me chamarás de altruísta e não sairemos do mesmo lugar.
Eu errei por não permitir que você me oferecesse seu afeto, eu errei ao sobre valorizar um risco imaginário, eu errei por achar que existem amores menores e maiores, avaliados pelo tempo investido, pela contagem dos beijos, pelas ausências sentidas, por tudo isto fui conduzido a um erro de cálculo.
Não te peço nada além de compreensão, e esta carta nem era para pedir, mas para doar, eu que sempre me achei bom nessas coisas, o voluntário da paz, o boa-gente oficial da minha turma.Mas peço: lembre de mim como alguém que alcançou a mesma medida do seu sentimento, a mesma profundidade das suas dúvidas, o mesmo embaraço diante da novidade, o mesmo cansaço da luta, a mesma saudade.
A carta vem tarde e redigida com palavras covardes, as corajosas repousam pois se imaginam já ditas e escritas, valentes foram as palavras do início, as desbravadoras, as que ultrapassaram limites, quando nós dois ainda não sabíamos do que elas eram capazes, palavras audazes, febris.
Pela enormidade de tempo que temos pela frente em que não nos veremos mais, não nos tocaremos ou ouviremos a voz um do outro, pela quantidade de dias em que conduzirás tu vida longe de mim e eu de ti, pela imensidão da nos descrença, pela perseverança da nossa solidão, pelos nãos todos que te falei, pelo pouco que houve de sim, acredita: te amei além do possível, não te amei menos que a mim.

Doidas e Santas - Martha Medeiros

Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa.
" São versos de Adélia Prado, retirados do poema "A serenata".
Ele narra a inquietude de uma mulher que imagina que mais cedo ou mais tarde um homem virá arrebatá-la,
logo ela que está envelhecendo e está tomada pela indecisão
– não sabe como receber um novo amor não dispondo mais de juventude.
E encerra: "De que modo vou abrir a janela, se não for doida? Como a fecharei, se não for santa?"
Adélia é uma poeta danada de boa.
E perspicaz.
Como pode uma mulher buscar uma definição exata para si mesma estando em plena meia-idade,
depois de já ter trilhado uma longa estrada,
onde encontrou alegrias e desilusões, e tendo ainda mais estrada pela frente?
Se ela tiver coragem de passar por mais alegrias e desilusões
– e a gente sabe como as desilusões devastam - ,
terá que ser meio doida.
Se preferir se abster de emoções fortes e apaziguar seu coração, então a santidade é a opção.
Eu nem preciso dizer o que penso sobre isso, preciso?
Mas vamos lá. Pra começo de conversa, não acredito que haja uma única mulher no mundo que seja santa.
Os marmanjos devem estar de cabelo em pé: como assim, e a minha mãe???
Nem ela caríssimos, nem ela.
Existe mulher cansada, que é outra coisa.
Ela deu tanto azar em suas relações que desanimou.
Ela ficou tão sem dinheiro de uns tempos pra cá que deixou de ter vaidade.
Ela perdeu tanto a fé em dias melhores que passou a se contentar com dias medíocres.
Guardou sua loucura em alguma gaveta e nem lembra mais.
Santa, mesmo, só Nossa Senhora, mas, cá entre nós, não é uma doideira o modo como ela engravidou?
(Não se escandalize, não me mande e-mails, estou brin-can-do.)
Toda mulher é doida. Impossível não ser.
A gente nasce com um dispositivo interno que nos informa desde cedo que, sem amor,
a vida não vale a pena ser vivida, e dá-lhe usar nosso poder de sedução para encontrar the big one,
aquele que será inteligente, másculo, se importará com nossos sentimentos e não nos deixará na mão jamais.
Uma tarefa que dá para ocupar uma vida, não é mesmo?
Mas além disso temos que ser independentes, bonitas, ter filhos e fingir de vez em quando que somos santas,
ajuizadas, responsáveis, e que nunca, mas nunca,
pensaremos em jogar tudo pro alto e embarcar num navio pirata comandado pelo Johnny Depp,
ou então virar louca e cafetina, ou sei lá, diga aí uma fantasia secreta,
sua imaginação deve ser melhor que a minha.
Eu só conheço mulher louca.
Pense em qualquer uma que você conhece e me diga se ela não tem ao menos três dessas qualificações:
exagerada, dramática, verborrágica, maníaca, fantasiosa, apaixonada, delirante.
Pois então. Também é louca. E fascina a todos.
Todas as mulheres estão dispostas a abrir a janela, não importa a idade que tenham.
Nossa insanidade tem nome: chama-se Vontade de Viver até a Última Gota.
Só as cansadas é que se recusam a levantar da cadeira para ver quem está chamando lá fora.
E santa, fica combinado, não existe.
Uma mulher que só reze, que tenha desistido dos prazeres da inquietude, que não deseje mais nada?
Você vai concordar comigo: só se for louca de pedra.

Como se mede uma pessoa?




Como se mede uma pessoa?
Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento.

Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu,
quando trata você com carinho e respeito,
quando olha nos olhos e sorri destravado.



É pequena pra você quando só pensa em si mesmo,
quando se comporta de uma maneira pouco gentil,
quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar
o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.



Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida,
quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto.



É pequena quando desvia do assunto.



Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende,
quando se coloca no lugar do outro,
quando age não de acordo com o que esperam dela,
mas de acordo com o que espera de si mesma.



Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento,
pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas:
será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?



Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande.
Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros,
mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.



Uma pessoa é única ao estender a mão,
e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.



O egoísmo unifica os insignificantes.
Não é a altura, nem o peso,
nem os músculos que tornam uma pessoa grande.
É a sua sensibilidade sem tamanho

leia sempre

Se quer ser dono de si... silencie seus sentimentos.

O silêncio foi desfeito.
Quando não há mais nada a se dizer duas bocas se calam. O silêncio é sempre a melhor resposta quando já não se sabe mais como se explicar. Também é o melhor caminho quando impulsivamente se tem palavras que são armas prontas a atacar alguém no primeiro ato impulsivo.
Palavras são armas mortais.
Palavras podem acabar com os sonhos de uma criança quando escuta um não.
Palavras podem estraçalhar o coração de uma pessoa apaixonada que não teve a sorte de ser correspondida.
Palavras podem levar alguém a cometer um crime passional quando o outro confessa sua traição.
Palavras ferem profundamente. E olha que não precisa nem ser gritada. Pode ser dita friamente e num só tom e mesmo assim ser letal.
Respire... Sinta seu coração pulsar. Na dúvida não fale. Na raiva, não fale. No sofrimento não fale, para dor não cabe uma explicação. Quando suas palavras não valerem o seu silêncio, cale-se.
Quem cala no momento oportuno é soberano de si. Quem fala menos pensa muito mais. Quem fala menos erra menos. Quem fala demais se expõe ao ridículo e ainda pode ter uma noite mal dormida porque não teve cinco segundos para pensar e domar seus sentimentos.
Quem fala o que quer ouve o que não quer. Quem não se doma é domado por seus atos e quem não se controla é fraco.
No mais... me calo.
E fico no silêncio de novo.

Strip-Tease -Crônica - Martha Medeiros

Chegou no apartamento dele por volta das seis da tarde e sentia um nervosismo fora do comum.
Antes de entrar, pensou mais uma vez no que estava por fazer.
Seria sua primeira vez.
Já havia roído as unhas de ambas as mãos.
Não podia mais voltar atrás.
Tocou a campainha e ele, ansioso do outro lado da porta, não levou mais do que dois segundos para atender.
Ele perguntou se ela queria beber alguma coisa, ela não quis.
Ele perguntou se ela queria sentar, ela recusou.
Ele perguntou o que poderia fazer por ela.
A resposta: sem preliminares.
Quero que você me escute, simplesmente.
Então ela começou a se despir como nunca havia feito antes.
Primeiro tirou a máscara:
"Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Você é a pessoa mais especial que já conheci. Não por ser bonito ou por pensar como eu sobre tantas coisas, mas por algo maior e mais profundo do que aparência e afinidade. Ser correspondida é o que menos me importa no momento: preciso dizer o que sinto".
Então ela desfez-se da arrogância:
"Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
Era o pudor sendo desabotoado:
"Eu beijo espelhos, abraço almofadas, faço carinho em mim mesma tendo você no pensamento, e mesmo quando as coisas que faço são menos importantes, como ler uma revista ou lavar uma meia, é em sua companhia que estou".

Retirava o medo:
"Eu não sou melhor ou pior do que ninguém, sou apenas alguém que está aprendendo a lidar com o amor, sinto que ele existe, sinto que é forte e sinto que é aquilo que todos procuram.
Encontrei".
Por fim, a última peça caía, deixando-a nua:
"Eu gostaria de viver com você, mas não foi por isso que vim. A intenção é unicamente deixá-lo saber que é amado e deixá-lo pensar a respeito, que amor não é coisa que se retribua de imediato, apenas para ser gentil. Se um dia eu for amada do mesmo modo por você, me avise que eu volto, e a gente recomeça de onde parou, paramos aqui".

E saiu do apartamento sentindo-se mais mulher do que nunca.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Teto branco: Uma campanha contra o aquecimento global!!!!




“One degree less” (Um grau a menos!) é o nome da campanha do Green Building Council Brasil e tem como principal objetivo fazer com que as pessoas se conscientizem da importância de pintar os seus telhados. É isso mesmo. A campanha incentiva e pede para que todos os telhados e tetos das grandes cidades sejam pintados de branco para diminuir os efeitos do aquecimento global.
Segundo estudos da Universidade de Berkeley (CA, USA), cerca de 25% da superfície de uma cidade é composta de telhados. A maioria desses telhados são escuros e refletem apenas 20% da luz solar. Se fossem pintados de branco, compensariam 10t de emissão de CO2 a cada 100m2. O telhado branco reflete mais a luz solar e absorve menos calor.
Para se ter uma idéia da grandiosidade do projeto, se 70% dos telhados fossem pintados de branco, geraria uma compensação ambiental equivalente à emissão de 11 bilhões de carros por ano. Isso significaria tirar das ruas cerca de 600 milhões de carros por 18 anos!Se em 20 anos todos os telhados forem pintados, teremos o efeito de retirar metade dos carros que rodam em todo o mundo!
Galera, essa é a minha dica de hoje, pinte o seu telhado também!!!
Beijos,
Carol

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Amigos de Verdade





Amizades Verdadeiras , Não tem limites , NÃO desgastes , não tem barreiras .
Não se pede em troca , não há maldade ou interesse , Não há canseira.
É a brisa constante soprando Felicidade .
Por vcs estou aqui e estarei por toda a Eternidade .
Pois com vcs eu descobri que tenho amigos de Verdade!!