sexta-feira, 30 de abril de 2010

Pulhas



No Próximo Dia 07 de maio meu querido amigo o ator e poeta Sérgio Santal lançará seu primeiro livro de Contos. "Pulhas" é o primeiro trabalho de Sérgio como escritor,o Pré-lançamento será no Teatro Municipal João Caetano em Itaboraí/RJ as 19 hs.Eu já garanti o meu exemplar.
Ségio essa sua conquista é de todos seus amigos também !

Trecho do conto HUMANIDADE

"Eram cúmplices. O mendigo e o vira lata sabiam-se inferiores perante á suas raças. E por não terem ninguém no mundo que os dedicasse versos, eles supriam um o vazio do outro."

(Sérgio Santal - do livro "Pulhas")
Bj grande e bom Fim de semana !

Em Breve postarei as fotos do evento.

Hoje minha sobrinha do coração Maria Eduarda completa 5 aninhos , Parabéns Duda

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Estou lendo




Meu encontro com O Mestre Gullar



30 de Outubro de 2009 lá estava ele subindo ao palco e silenciando o Teatro Municipal João Caetano(Itaboraí/RJ),afinal todos queriam ouvir o que o que o Poeta (considerado o maior poeta vivo do Brasil) tinha a dizer. As primeiras perguntas do mediador foram tímidas e perdidas, mas é perdoável porq ele deveria mesmo estar nervoso e que não ficaria? Ferreira tem o rosto sério não esboçou sorrisos mas mostrou-se com muito bom humor quando lhe perguntaram o que ele achava do crescimento desgovernado de algumas cidades e da violência algo assim , e ele disse: "Eu não entendo disso , eu entendo de poesia " Descontraiu toda a platéia e começamos entao a ficar todos mais a vontade, sim ele é bem humorado, nos falou de sua poesia , contou que já foi plagiado com certa frase que disse certa vez em uma de suas palestras , contou que certa vez respondendo a uma pergunta disse : "Eu não quero ter razão eu quero é Ser Feliz" e alguns anos depois qual não foi sua surpresa ao ver a sua frase estampada em uma caneca sem os devidos créditos.
Por fim leu algumas de suas poesias e nos presenteou com sua arte.
Para quem não conhece a o obra de Ferreira segue abaixo um de seus poemas e também o link do site oficial do poeta.
Boa Leitura.
Site
http://literal.terra.com.br/ferreira_gullar/

TRADUZIR-SE

Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.

uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.

Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.

Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.

Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.

Traduzir-se uma parte
na outra parte
- que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

Ferreira Gullar

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Meu encontro com Marina Colasanti




Dia Inesquecivel quando a Maravilhosa Marina esteve aqui em minha cidade logo pela manhã eu já estava no Teatro para ouvi-la . Foi inesquecível e o melhor ainda depois ouvi-la contando um de seus contos mais bonitos com tanta emoção , sai do teatro emocionada e aplaudi de pé. Ela ainda nos recebeu ao fim com toda a doçura e simpatia que só os verdadeiros artistas possuem.
Caso não conheça a obra da Marina abaixo segue o conto que ela leu naquela manhã inesquecível no teatro.

A Moça Tecelã
(Texto integral)



"Acordava ainda no escuro, como se ouvisse o sol chegando atrás das beiradas da noite. E logo sentava-se ao tear.
Linha clara, para começar o dia. Delicado traço cor da luz, que ela ia passando entre os fios estendidos, enquanto lá fora a claridade da manhã desenhava o horizonte.
Depois lãs mais vivas, quentes lãs iam tecendo hora a hora, em longo tapete que nunca acabava.
Se era forte demais o sol, e no jardim pendiam as pétalas, a moça colocava na lançadeira grossos fios cinzentos do algodão mais felpudo. Em breve, na penumbra trazida pelas nuvens, escolhia um fio de prata, que em pontos longos rebordava sobre o tecido. Leve, a chuva vinha cumprimentá-la à janela.
Mas se durante muitos dias o vento e o frio brigavam com as folhas e espantavam os pássaros, bastava a moça tecer com seus belos fios dourados, para que o sol voltasse a acalmar a natureza.
Assim, jogando a lançadeira de um lado para outro e batendo os grandes pentes do tear para frente e para trás, a moça passava os seus dias.
Nada lhe faltava. Na hora da fome tecia um lindo peixe, com cuidado de escamas. E eis que o peixe estava na mesa, pronto para ser comido. Se sede vinha, suave era a lã cor de leite que entremeava o tapete. E à noite, depois de lançar seu fio de escuridão, dormia tranqüila.
Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
Mas tecendo e tecendo, ela própria trouxe o tempo em que se sentiu sozinha, e pela primeira vez pensou em como seria bom ter um marido ao lado.
Não esperou o dia seguinte. Com capricho de quem tenta uma coisa nunca conhecida, começou a entremear no tapete as lãs e as cores que lhe dariam companhia. E aos poucos seu desejo foi aparecendo, chapéu emplumado, rosto barbado, corpo aprumado, sapato engraxado. Estava justamente acabando de entremear o último fio da ponto dos sapatos, quando bateram à porta.
Nem precisou abrir. O moço meteu a mão na maçaneta, tirou o chapéu de pluma, e foi entrando em sua vida.
Aquela noite, deitada no ombro dele, a moça pensou nos lindos filhos que teceria para aumentar ainda mais a sua felicidade.
E feliz foi, durante algum tempo. Mas se o homem tinha pensado em filhos, logo os esqueceu. Porque tinha descoberto o poder do tear, em nada mais pensou a não ser nas coisas todas que ele poderia lhe dar.
— Uma casa melhor é necessária — disse para a mulher. E parecia justo, agora que eram dois. Exigiu que escolhesse as mais belas lãs cor de tijolo, fios verdes para os batentes, e pressa para a casa acontecer.
Mas pronta a casa, já não lhe pareceu suficiente.
— Para que ter casa, se podemos ter palácio? — perguntou. Sem querer resposta imediatamente ordenou que fosse de pedra com arremates em prata.
Dias e dias, semanas e meses trabalhou a moça tecendo tetos e portas, e pátios e escadas, e salas e poços. A neve caía lá fora, e ela não tinha tempo para chamar o sol. A noite chegava, e ela não tinha tempo para arrematar o dia. Tecia e entristecia, enquanto sem parar batiam os pentes acompanhando o ritmo da lançadeira.
Afinal o palácio ficou pronto. E entre tantos cômodos, o marido escolheu para ela e seu tear o mais alto quarto da mais alta torre.
— É para que ninguém saiba do tapete — ele disse. E antes de trancar a porta à chave, advertiu: — Faltam as estrebarias. E não se esqueça dos cavalos!
Sem descanso tecia a mulher os caprichos do marido, enchendo o palácio de luxos, os cofres de moedas, as salas de criados. Tecer era tudo o que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer.
E tecendo, ela própria trouxe o tempo em que sua tristeza lhe pareceu maior que o palácio com todos os seus tesouros. E pela primeira vez pensou em como seria bom estar sozinha de novo.
Só esperou anoitecer. Levantou-se enquanto o marido dormia sonhando com novas exigências. E descalça, para não fazer barulho, subiu a longa escada da torre, sentou-se ao tear.
Desta vez não precisou escolher linha nenhuma. Segurou a lançadeira ao contrário, e jogando-a veloz de um lado para o outro, começou a desfazer seu tecido. Desteceu os cavalos, as carruagens, as estrebarias, os jardins. Depois desteceu os criados e o palácio e todas as maravilhas que continha. E novamente se viu na sua casa pequena e sorriu para o jardim além da janela.
A noite acabava quando o marido estranhando a cama dura, acordou, e, espantado, olhou em volta. Não teve tempo de se levantar. Ela já desfazia o desenho escuro dos sapatos, e ele viu seus pés desaparecendo, sumindo as pernas. Rápido, o nada subiu-lhe pelo corpo, tomou o peito aprumado, o emplumado chapéu.
Então, como se ouvisse a chegada do sol, a moça escolheu uma linha clara. E foi passando-a devagar entre os fios, delicado traço de luz, que a manhã repetiu na linha do horizonte."

Fim


Perfil:
Marina Colasanti (1938) nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e desde então vive no Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com Eu sei, mas não devia e também por Rota de Colisão.
Dentre outros, escreveu E por falar em amor, Contos de amor rasgados, Aqui entre nós, Intimidade pública, Eu sozinha, Zooilógico, A morada do ser, A nova mulher, Mulher daqui pra frente, O leopardo é um animal delicado, Esse amor de todos nós, Gargantas abertas e os escritos para crianças Uma idéia toda azul e Doze reis e a moça do labirinto de vento.
Colabora, também, em revistas femininas e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. Casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.

(Texto e perfil extraídos do livro "Doze Reis e a
Moça no Labirinto do Vento", Global Editora,
RJ, 2000.)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Eu te amo por me odiar




Fernada Young Ou vc a ama ou a odeia é do tipo que não há meio termos. Essa carta eu descobri através de um amigo fã de Fernanda , ele acabou usando trechos da carta que é tem uma pegada de ironia que eu adorei . Pena que eu não tenho ninguém que declaradamente me odeie para eu mandar srsrs
Vamos ao texto.

"Para quem me odeia

Eu te amo. E não seria metade do que sou sem você, juro.
É seu ódio profundo que me dá forças para continuar em frente, exatamente da minha maneira.
Prometa que nunca vai deixar de me odiar ou não sei se a vida continuaria tendo sentido para mim.
Eu vagaria pelas ruas insegura, sem saber o que fiz de tão errado.
Se alguém como você não me odeia, é porque, no mínimo, não estou me expressando direito.
Sei que você vive falando de mim por aí sempre que tem oportunidade, e esse tipo de propaganda boca a boca não tem preço.
Ainda mais quando é enfática como a sua - todos ficam interessados em conhecer uma pessoa que é assim, tão o oposto de você.
E convenhamos: não existe elogio maior do que ser odiado pelos odientos, pelos mais odiosos motivos.
Então, ser execrada por você funciona como um desses exames médicos mais graves, em que "negativo" significa o melhor resultado possível.
Olha, a minha gratidão não tem limites, pois sei que você poderia muito bem estar fazendo outras coisas em vez de me odiar - cuidando da sua própria vida, dedicando-se mais ao seu trabalho, estudando um pouco.
Mas não: você prefere gastar seu precioso tempo me detestando.
Não sei nem se sou merecedora de tamanha consideração.
Bom, como você deve ter percebido, esta é uma carta de amor.
E, já que toda boa carta de amor termina cheia de promessas, eis as minhas:
Prometo nunca te decepcionar fazendo algo de que você goste. Ao contrário, estou caprichando para realizar coisas que deverão te deixar ainda mais nervoso comigo.
Prometo não mudar, principalmente nos detalhes que você mais detesta. Sem esquecer de sempre tentar descobrir novos jeitos de te deixar irritado.
Prometo jamais te responder à altura quando você for, eventualmente, grosseiro comigo, ao verbalizar tão imenso ódio. Pois sei que isso te faria ficar feliz com uma atitude minha, sendo uma ameaça para o sentimento tão puro que você me dedica.
Prometo, por último, que, se algum dia, numa dessas voltas que a vida dá, você deixar de me odiar sem motivo, mesmo assim continuarei te amando. Porque eu não sou daquelas que esquece de quem contribuiu para seu sucesso.
Pena que você não esteja me vendo neste momento, inclusive, pois veria o meu sincero sorrisinho agradecido - e me odiaria ainda mais.

Com amor, da sua eterna." Fernanda Young.

Então tá.
Bj Carol

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Dicas de Leitura



Escrita em 1944 e lançada em 1947, em homenagem ao centenário de nascimento de Castro Alves, esta peça tem sua ação centrada na ligação amorosa entre Castro Alves e a atriz Eugenia Câmara. A história começa em Recife, em 1866, onde eles se conheceram, e mostra, a partir de então, os conflitos que cercaram o poeta. Um amor poderia abrandar sua atividade política e sua importante atuação no movimento abolicionista? Como lidar com sentimentos tão violentamente despertados como o amor pela liberdade, o enleio pela poesia, a tristeza, a raiva e o ciúme? Dividida em três atos, a história acompanha a peregrinação de Castro Alves pelas principais capitais do Brasil, nas quais ele contracena com outros importantes personagens de nossa história, como Joaquim Nabuco, Rui Barbosa e Fagundes Varela, até o adeus final a seu grande amor em 1870, no Rio de Janeiro. Unica peça escrita por Jorge Amado, a amor do soldado narra com grande maestria e ousadia técnica a vida de um dos maiores escritores e defensores da liberdade no Brasil.

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