segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

NÓS, AS PESQUISADAS

Estou ficando completamente obcecada por pesquisas. Ou melhor, pelos resultados das pesquisas. Além de fascinada pelo trabalho dos pesquisadores. Arriscaria até dizer que as pesquisas hoje praticamente mandam na gente. São elas que dizem como nós nos comportamos - e explicam por quê, claro -, definem quais são as exatas diferenças entre homens e mulheres e nos dão mais uma série de importantíssimas informações do tipo mulheres solteiras são mais saudáveis e compram mais pela internet ou a maioria das mulheres casadas tem fantasias sexuais com outros homens. Aí a gente acredita, se sugestiona e acaba se transformando justamente na prova que os pesquisadores precisavam para confirmar suas conclusões. Mas, enfim, teorias da conspiração à parte, as tais pesquisas, no fim das contas, se não mudam nossas vidas, pelo menos nos divertem - quando temos senso de humor, obviamente, porque há quem se ofenda.
Só essa semana descobrimos que: nós, as mulheres, essa categoria que tanto interesse desperta nos cientistas, temos mais orgasmos com homens ricos, e novamente nós, as mulheres, somos menos capazes de controlar a compulsão por comida. Então o que aconteceu foi que alguns sujeitos se debruçaram em estudos profundos para nos jogar na cara que, além de glutonas, somos interesseiras. Fisicamente interesseiras, o que é pior. E aí, está bom para vocês?
Eu fiquei nos imaginando dando motivos para a defesa dessas teses. Estavam lá as moças e seus parceiros ricos, felizes da vida. Sem se preocupar com as contas para pagar, planejando viagens, jantares em bons restaurantes, ela ganhando presentes caros e um sexo de boa qualidade. Assim realmente, queridos, é mole. Nós não temos mais prazer com homens ricos, nós temos mais prazer com a vida rica. Nós não somos movidas a sexo mecânico, temos a péssima mania de levar o contexto em consideração. Então, ponham-se vocês, senhores, em nosso lugar: o que dá mais tesão, contexto pobre ou contexto rico? Agora isso vale para o sexo casual, aventureiro, o sexo pelo sexo. Porque aquele com que nós, mocinhas, sonhamos, o sexo com amor, ah, pesquisadores, me desculpem, mas esse é bom de qualquer jeito. Se estamos transando com o sujeito com quem realmente queríamos e vale a pena transar, duvido que ali, na hora, a conta bancária faça diferença.
Quanto a sermos mais gulosas do que eles, o que ouvi é que homens e mulheres ficaram um número igual de horas sem comer e depois foram, primeiro, submetidos a cheiros de diferentes comidas e, segundo, expostos às próprias comidas. Aí parece que a mulherada caiu de boca e os homens teriam sido mais comedidos. Achei injusto. Primeiro porque eles podem ter combinado essa reação para ficar melhor na fita - homens são capazes de tudo para nos superar. Segundo porque não devem ter sido levadas em consideração as circunstâncias hormonais das mulheres pesquisadas. E se estavam todas em TPM? E se o cheiro que fizeram elas sentirem foi só de chocolate? E se os filhos delas estavam há três dias sem dormir? Somos muito complexas para sermos estudadas e simplificadas desse jeito. Os pesquisadores já deveriam estar cansados de saber disso. Ah, sim, claro, também detestamos ouvir algumas verdades, mas isso é só um detalhe sem importância.

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